O Partido Socialista Português propôs uma taxa de 10% sobre os pensionistas europeus residentes em Portugal, até agora isentos de impostos sobre as suas pensões durante dez anos, numa alteração à lei financeira de 2020, apresentada na segunda-feira à noite.
“Os estrangeiros que não são residentes habituais deixarão de estar isentos de impostos e ficarão sujeitos a uma taxa de 10% sobre os seus rendimentos”, disse Catarina Mendes, líder do Grupo Parlamentar Socialista, numa conferência de imprensa.
Uma medida que só se aplicaria aos recém-chegados
Nos últimos anos, Portugal tem atraído milhares de pensionistas europeus. Em plena crise financeira, em 2009 o país concedeu a estes pensionistas dez anos de isenção de imposto sobre o rendimento, desde que residissem em Portugal durante pelo menos seis meses por ano.
A capital Lisboa e as estâncias balneares do Algarve são as regiões mais populares, especialmente entre os franceses, britânicos e italianos. A medida só se aplicará aos recém-chegados.
O governo socialista minoritário que emergiu das eleições legislativas de Outubro passado em Portugal recebeu no início de Janeiro a garantia de que o seu projecto de orçamento de Estado seria aprovado em primeira leitura pelo Parlamento, graças à abstenção dos seus antigos aliados da esquerda radical.
O Partido Socialista tem uma maioria relativa de 108 deputados na assembleia de 230 lugares. O primeiro-ministro português António Costa e o ministro das Finanças Mário Centeno, que chegaram ao poder em 2015 graças a uma aliança sem precedentes com a esquerda antiliberal, tinham conseguido restaurar o poder de compra das famílias, aproveitando um clima económico favorável para continuar a recuperação das contas públicas do país, que tinha sido obrigado a solicitar um plano de resgate financeiro em 2011.